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ÀS VÉSPERAS DA OLIMPÍADA DO RIO, 5 DE AGOSTO DE 2016

Writer: Vânia Penha-LopesVânia Penha-Lopes


Ai, meu Deus, que hoje eu tenho "a" crônica pra vocês!


Minha irmã me avisou ontem que o Botafogo estava convocando a torcida pra acompanhar nossos ídolos Jairzinho e Túlio quando carregassem a tocha hoje. Não estava e não estou nem aí pra tocha, que é por sinal bem tosca, mas queria muito ver o Furacão de perto.

Mas depois, fui me desanimando, ficando apreensiva e, embora o dia tivesse amanhecido lindíssimo, algo me dizia pra não ir. O Rio está difícil, esquisito, assustador. Fiquei nessa enrolação até mais de 10h, mas a Mamãe me aconselhou a varrer o medo, pois, se ela tivesse uma chance de ver seu ídolo de perto, ela não a perderia. Tinha lógica, e isso me agrada.


A passagem do Jairzinho pelo Iate estava marcada pra 12h05 e a do Túlio Maravilha, ao meio-dia e meia no Mourisco. Cheguei à Urca às 11h25; tolinha! Tinha pouca gente lá (eu era a única vestida de Botafogo), e tome de esperar. Alguém falou que estava tendo manifestação em Copacabana, o que fez tudo se atrasar.


Um senhor que também esperava puxou papo. Conversa vai, conversa vem, ele me disse que tinha participado do resgate das vítimas do Bateau Mouche. Ele me contou a história com detalhes. Aquele desastre foi muito traumático pra nós cariocas. Os miseráveis que superlotaram a embarcação fugiram pra Espanha e até hoje estão impunes.


Parece que todo o contingente policial e militar do Brasil passou pela rua, mas nada de tocha. "Cadê o Jairzinho?", perguntei pra um deles. Um dizia que a tocha já havia passado, na direção do Pão de Açúcar; outro dizia o contrário.


Eu, que já tinha avistado pitangueiras quando cheguei, de repente vi uma com pitanguinhas suculentas. Ao mesmo tempo, deparei-me com a Tereza, colega da minha irmã que eu encontro nos lugares mais inusitados sem combinarmos. Por exemplo, dei de cara com ela numa praça em Buenos Aires em 2009. Claro que é sempre uma surpresa.


Ao contrário de mim, ela foi ali com o intuito de ver a tocha e nem sabia que o Jairzinho ia participar. Resolvemos atravessar a rua, pois realmente a tocha já havia passado por nós, dentro de algum carro.


De repente, todo mundo começou a gritar. Toda animadinha, pensei que fosse o Jairzinho. Que tolinha! Eram caminhões da Coca-Cola, com música aos berros e gente dançando axé. Pra quê mesmo?!


Nisso, já eram mais de 13h. E então, um homem que eu não sei quem é veio carregando a tocha. Não era o Jairzinho! E aí, fim. Que decepção! Todo aquele tempo esperando pra nada?!


A Tereza teve a idéia de seguirmos pro Mourisco. No caminho, vimos um senhor entregando a tocha. Caraca! Perdi o Jairzinho!


Porém, logo adiante, escutamos gritos e vimos uma aglomeração. Lá estava ele: Jair Ventura Filho, o Jairzinho, o bi-campeão carioca, o Furacão da Copa, o único jogador a marcar gols em todas as partidas em uma Copa do Mundo. Sorridente, solícito, simpático Jairzinho tirava fotos com todo mundo que pedia e muita gente pedia. "Tereza, tira uma foto minha com ele!!!" Disse ao mito que ele era meu ídolo, abracei-o e saí na foto cheia de dentes. Fiquei tão extasiada que nem chorei. Depois, a Tereza quis tirar foto com ele também. Ela é flamenguista, mas o Jairzinho é de todos.


Não vi o Túlio, infelizmente. Quem sabe quando ele marcar seu milésimo gol?


Valeu, Jairzinho! Valeu, Tereza!






 
 
 

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