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Writer's pictureVânia Penha-Lopes

"A MARCHA EM WASHINGTON"



A crônica abaixo é de 28 de agosto de 2013, quando do cinquentenário da famosa passeata que projetou o movimento pelos direitos civis dos negros para o mundo. Curiosamente, a passeata ocorreu no dia seguinte à morte do grande sociólogo e ativista W. E. B. Du Bois, aos 95 anos.


Sete anos depois do cinquentenário, neste ano de mortes sistemáticas de negros pelas mãos da polícia, é necessário reviver aquele evento para se lembrar que, apesar das mudanças legislativas de 1964, 1965 e 1968, os negros estadunidenses ainda não alcançaram o pleno direito à vida. Como temos notado nos casos de Eric Garner em 2014, Muhammed Muhaymi em 2017 e George Floyd em 2020, nem a condição vital mais básica, que é respirar, lhes é garantida.


Hoje é dia de se celebrar a coragem dos organizadores da demonstração de 1963--não só o decantado, Rev. Dr. Martin Luther King, Jr., mas Bayard Rustin, que a concebeu, e A. Philip Randolph, que passou o bastão de liderança para o Dr. King após décadas de uma incansada luta para que o país reconhecesse os negros e as negras como seres humanos. Hoje é dia de se refletir sobre o muito que ainda precisar melhorar.


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Hoje é o cinquentenário da "Marcha em Washington". A maioiria das pessoas hoje em dia parecem se lembrar do discurso do Rev. Dr. King que ficou conhecido como "I Have a Dream" (Tenho um Sonho) apenas para distorcer o significado do trecho sobre "o conteúdo do nosso caráter". Bem menos pessoas alguma vez ouviram que A. Philip Randolph foi quem teve a idéia da marcha e havia ameaçado o então presidente, Franklin D. Roosevelt, de realizá-la vinte anos antes, caso o governo federal continuasse a recusar o mínimo de condições de trabalhos à população negra.

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