Em meio a tanta atenção que o linchamento de George Floyd por um policial nos EUA provocou no mundo, a nota abaixo, de 20 de julho de 2014, me veio à mente. Ela se refere ao assassinato de Matheus Alves dos Santos, um adolescente de 14 anos, e à tentativa de homicídio de seu amigo, de 15, pelas mãos de dois policiais militares no Morro do Sumaré, cidade do Rio de Janeiro, em 11 de junho de 2014. O amigo denunciou os PMs, que em 2017 foram condenados a 36 anos de prisão. Este é um exemplo, entre muitos, da letalidade causada pela violência policial. A diferença é que, neste caso, a ação foi gravada, o que evitou a corriqueira impunidade.
O Brasil é um país violento: é líder em mortes por policiais. A polícia do Rio sobressai nas estatísticas, pois é a que mais mata no Brasil. Esses dados mancham a reputação dos policiais idôneos e ofuscam o fato de que o Brasil também é o país com o maior índice de policiais vítimas de homicídio. Juntos, esses fatos refletem a desigualdade social que torna certas pessoas mais vulneráveis.
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A viatura 1651 da PM tinha uma câmera de vídeo. A câmera registrou o deboche, o acinte dos PMs que executaram um adolescente e atiraram em um segundo, que só sobreviveu porque se fingiu de morto. A câmera registrou a tortura psicológica que inflingiram nos adolescentes, sorrindo o tempo todo. Qual é a diferença entre esses PMs e qualquer bandido covarde com um fuzil na mão?
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