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  • Writer's pictureVânia Penha-Lopes

NYC-RJ NO NATAL DE 2014

Viajar é sempre difícil pra mim, independente da prática que tenho. Sempre aparece mais uma coisa pra resolver e fechar as malas é um processo árduo. Como trouxe muitos livros, minhas malas estavam bem pesadas. É aquilo que notei aqui outro dia: sinto-me uma caixeira-viajante.


Pois bem, chegar ao aeroporto foi tenso por causa da chuva e do engarrafamento. E, como já tinha saído de casa meio tarde, comecei a temer a perda do vôo. Por isso, ao saltar do táxi, danei-me a andar mais rápido ainda do que de costume.


Só que eu levava duas malas grandes, uma mala de mão e uma mochila. Como puxar três malas ao mesmo tempo se só tenho duas mãos? Bom, eu consegui, botando a mala de mão em cima de uma das grandes, embora não fosse fácil.


Quando entrei na fila do check-in, uma moça se ofereceu de puxar uma das minhas malas. Agradeci e avisei, em português, que as malas estavam pesadas, mas ela retrucou em inglês que não se importava, pois ela só tinha uma.


A moça era argentina, a caminho de Buenos Aires vinda de Boston. Contou que tinha ido a lojas chiques de NYC em busca do perfume que a cunhada tinha lhe pedido pra comprar e, vestida casualmente como estava, notou que as vendedoras a olharam com suspeita. Ficamos de papo até chegarmos ao guichê 8, onde ela rapidamente resolveu seu check-in. Simpática e prestativa, a moça seguiu adiante, não sem antes desejarmos boas festas uma pra outra.


A fila do guichê 8 era longa, cheia de brasileiros retardatários como eu. À nossa frente, um mar de malas esperando pra serem despachadas pro Rio, pra SP, sei lá mais pra onde. Eu achei que minhas malas não chegariam junto comigo. Um brasileiro desconfiado até tirou fotos das malas dele; devia estar pensando o mesmo que eu.


Nisso, um casal chegou e foi colocado direto no guichê, furando a fila. O rapaz atrás de mim, que já havia dito que também vinha pro Rio, comentou comigo que isso era "sacanagem". Concordei; atrasados, todos estávamos. Ele falou que ia reclamar e eu o encoragei, pois estava cansada demais pra fazê-lo, mas sua namorada, americana, convenceu-o a ficar na dele.


Finalmente, chegou minha vez de ser atendida. O casal foi atendido no guichê ao lado. Aí, quando o funcionário falou pra eu colocar minhas malas na balança, o rapaz, que mora em Niterói, antecipou-se, dizendo, "Eu vou lhe ajudar". É claro que aceitei de muito bom grado. O funcionário botou uma etiqueta em uma das malas: "Pesada. Cautela ao levantá-la. Considere pedir ajuda".


Foi tão bom me livrar daquele peso! Melhor ainda só a constatação de que o assento ao meu lado no avião estava vazio. Deu pra eu dormir a noite toda deitada, um tremendo privilégio na classe sardinha. Fiquei tão grata que nem as duas irmãs pequenas que se alternavam no chororô e às vezes berravam em uníssono me tiraram do sério.


FELIZ NATAL!


Originalmente publicado no Facebook em 23 de dezembro de 2014.

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